Jan 7, 2008

Sin City

Nos últimos dias de férias que tirei decidi fazer uma loucura com o Gonças. Afinal, se ele cá ficava por 2 semanas era para aproveitar, assim sendo: era uma vez uma aventura em Nevada!
Levantámo-nos cedíssimo e ainda meio ensonados apanhámos o Afonso que voltava para Portugal nesse dia também. Depois da aventura das malas e dos shuttles a viagem de avião foi calmíssima, pelo menos para mim que dormi quase o tempo todo para azar do Gonças.. Um tempo excelente na aterragem e já se via claramente que tínhamos mesmo escolhido uma cidade no meio do nada. Literalmente no meio do zero, do vazio, do deserto, de terreno árido, de terra cor de tijolo queimada pelo sol.
A cidade é de facto qualquer coisa de outro mundo. Qualquer coisa que não foi concebida no nosso modo de viver – mundinho português. Onde é que já se viu uma cidade em que só se joga? Uma cidade que se centra no Strip, uma enorme avenida em que porta sim porta sim é um casino?
Confirmei a minha ideia, Vegas é mesmo o playground dos adultos. A cidade cheira a loucura, sabe a excessos e veste-se de fachadas. De facto os casinos por dentro não são todos iguais, uns têm mais bom gosto que outros, uns mais sóbrios e outros mais exuberantes, mas o interior não varia muito. Na zona de jogo nunca tem muita coisa que chame a atenção, os olhos estão todos virados para as máquinas, para as imagens a girar frenéticamente, para os dados, para as fichas, para as cartas que são jogadas, e nem mais um pestanejar, nem mais uma distracção. Os maiores são sempre hoteis em simultaneo e tem entradas soberbas, bem decoradas, charmosas, os mais pequenos nem escondem que só tem as slots, as mesas apinhadas até de fatos de treino e os minibars vazios.


Agora por fora... ui, fabulosos alguns. Enormes, imponentes, bonitos, extravagantes, imaginativos, coloridos, gigantes. O nome dá o tema e são 'esculpidos' a rigor.
Para mim Bellagio é o Bellagio, e a dança da água ao som de músicas de Natal foi uma fantasia!! O Venetian estava muiiiito bem feito, pormenores bem apanhados, cores ternurentas! O Wynn foi a melhor surpresa, não dava nada por ele por fora e por dentro é soberbo, luxo ao seu mais alto nível!!


Para quem não sabe Vegas é o único sítio dos States onde se se pode casar num dia. As capelas não são convencionais mas são conhecidas, e nós quisemos ver para crer. Casa-se das 8h às 00h. Como se nos quiséssemos casar lá visitámos uma das capelas mais manhosas e uma das mais arranjadinhas para vermos o cenário. Muito mal ensaiados lá controlámos o riso e fomos à descoberta. Aprendemos que apenas precisamos da certidão oficial que podemos comprar uns quarteirões acima e muito amor. Nem testemunha nem nada. Ao nosso dispor temos, se assim o desejarmos, quem tire 6 a 24 fotografias, quem cante músicas do Elvis, e outras opções tão sofisticadas como. Excusado será dizer que foi dos momentos altos da viagem para mim! Ai ai suspiro, como é possível. E isto digo eu que não sou fanática do casamento, mas se é para casar então que seja um casamento à séria, e não em 10 min!

Valeu a pena. Tem mesmo que ser visto, pois contado não se imagina o que é Las Vegas. Saber, sabemos todos. Mas só estando lá para se perceber que aquela cidade são mesmo milhares de luzes que se estendem por um vale até perder de vista, rodeado de nada. Uma cidade que a noite se ve a milhas de distância, com um clarão que nos guia na estrada. Uma cidade em que num minuto se perde a casa, o carro, o cão, o gato e o canário e em que o ‘felizardo’ nem um 'ai' solta e aposta mais a seguir. Uma cidade em que desejamos ter metade da sorte que tem o gajo que está a 20min a jogar craps a apostar em grande e ainda nao perdeu uma vez.
Uma cidade que se me contassem eu não acreditava.
Ps. O mundo é mesmo pequenino: quem diria que íamos encontrar em Vegas um casal do colegio?

1 comment:

Anonymous said...

Previsivel, as capelas....eu bem disse ao Gonçalo que evitassem casar. Que bom é saber ( conhecer) as pessoas... que dois. Adorava ter assistido e contribuido :)