Breathtaking. Overwhelming.
E pouco mais há a dizer.
Era uns dos meus objectivos de viagem nos US, ir ver o Canyon. Era uma das viagens que o Gonças gostava de fazer, desde aqueles binóculos onde com 'um clic' se muda a 'maravilha do mundo'. Íamos com grandes expectativas mas tenho a certeza que o Canyon as superou e nos encheu, a transbordar, as medidas. Indescritível.
A viagem foi longa e chegámos a meio da tarde, horário de Inverno por isso o sol estava quase no seu limite. Se com a luz do dia é fantástico.. com o pôr-do-sol às milhares de formas, saliências e reentrancias juntam-se milhares de sombras. Numa dança lenta à medida que o sol fica baixo, cada vez mais baixo. As cores vao-se alterando, os extractos de terra vão-se tornando mais visíveis ao longo do tempo em que os detalhes se escondem e ficam difusos.
Com todo o mérito, uma Maravilha!
A viagem de Vegas até ao Canyon ainda é grandita. Mas tanto tem de grandita como de espectacular. À medida que saímos do estado de Nevada e entramos no Arizona a paisagem vai mudando bruscamente: prédios, planície, moradias, vales, planaltos, casas, montanhas, lago, curvas e contra-curvas, barragem Hoover Dam, casitas, posto de socorro, vegetação, postos de paragem, aridez, estradas em linha recta, horizontes largos...
Deixa-se para trás uma cidade na veia mais consumista do ser humano rumo à pradaria. Trocam-se os semáforos e as passadeiras pelas estradas sem bermas e pla terrugem. Perdem-se os aldeamentos e ganha-se o horizonte sem fim, só para nós sem ver vivalma. Deixa-se de se bendizer o carro automático citadino e pede-se um carro com caixa manual, era bom!
A sensação que dá é que estamos nas aulas de E.V.T. a aprender a desenhar em profundidade, quando uma estrada em frente não se desenha com lados paralelos mas em 'V'. Ve-se literalmente 'em V' de tão longe que a vista alcança. Estradas sem fim. Terrenos de nada nem ninguém. Paisagem árida e deserta de perder a vista. Um cacto, não como os que imaginamos aqui e ali, mas até esses escassos. Um daqueles sítios onde se está sempre a verificar a gasolina pois não se quer ficar 'apeado'. Conduzem-se milhas sem se dar conta.
Não eramos a Maria e o Gonças se o pé não nos fugisse para a ‘asneira’. Mas até sem sabermos.. estamos inocentes! Um aviso de Posto de Informação no meio do nada é digno de uma visita.. A umas milhas da estrada principal e lá fomos a praguejar que nos estavam a mudar a rota. Mal chegamos ficamos maravilhados com a aldeia. 5 casas, seria? Ora o posto de informação que era também o café, os correios, o banco, a bomba de gasolina, e a casa deles? Ah, e o cemitério. Pronto, estava visto, era a Chloride.
No posto de turismo a senhora foi amorosa. Deu-nos mapas e informação, explicou o que ver e onde ver. Mais que isso pediu-nos para assinar o livro de visitas. Já devíamos desconfiar.... Não queríamos perder tempo para ir ao Canyon, vimos a aldeia rápido rápido, mas ainda nos metemos no caminho de cabras para ver o cemitério, um pedaço de terra do tamanho duma sala de estar grande, com uma cerca de metal, uma cadeira e muitas bandeirinhas espetadas no chão. O que a senhora se esqueceu de dizer foi que Chloride é uma cidade fantasma!!!! Mas nada que o Gonças curioso como é não tenha descoberto uns dias depois.
No posto de turismo a senhora foi amorosa. Deu-nos mapas e informação, explicou o que ver e onde ver. Mais que isso pediu-nos para assinar o livro de visitas. Já devíamos desconfiar.... Não queríamos perder tempo para ir ao Canyon, vimos a aldeia rápido rápido, mas ainda nos metemos no caminho de cabras para ver o cemitério, um pedaço de terra do tamanho duma sala de estar grande, com uma cerca de metal, uma cadeira e muitas bandeirinhas espetadas no chão. O que a senhora se esqueceu de dizer foi que Chloride é uma cidade fantasma!!!! Mas nada que o Gonças curioso como é não tenha descoberto uns dias depois.
Na volta a Vegas, já de noite achámos imprescindível ir pela old Route66. Fabulástica. Numa noite de lua cheia, céu limpo e estrelado, voltámos atrás no tempo. Neons de moteis e de bares, de 10 em 10m. Carros antigos e bonecas de fazer vista. Pessoas nem ve-las. Decidi que queria beber café mas o que eu queria mesmo era ir ver um deles por dentro. Claro que à entrada pensava que devia estar era quieta.. mas na pas de probleme. Nem davam pela nossa entrada. Café, não, só cerveja. Eram bares mal cheirosos, feios, velhos, mal tratados. Mas castiços.
No meio disto tudo vimos um coyote. Passámos por ele... e quando percebemos o que era voltamos atras. Estava morto, atropelado.
No meio disto tudo vimos um coyote. Passámos por ele... e quando percebemos o que era voltamos atras. Estava morto, atropelado.
Um dos melhores dias deste ano. Soube pla vida.
Chloride, as estradas de perder o fim, Vacancy em Neon, tudo isto no deserto.
Chloride, as estradas de perder o fim, Vacancy em Neon, tudo isto no deserto.
Tudo isto, simplesmente priceless.
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